Anne Louyot

Pedras.

2010

A gravura de Cris, alimentada ao mesmo tempo pelo expressionismo e a abstração, traduz uma energia vital contida pela linha. As linhas sobem ao encontro da gravidade.

As linhas vão e interrompem-se numa dinâmica contraditória de concentração e de dispersão.

As linhas afastam-se ou unem-se em formas densas, à procura de um preto orgânico.

Esta energia portadora de vida tem as formas indecisas da vida. Uma gota surge do teto, de um constrangimento ou um sonho. Um fragmento de trama hesita, bifurca e sai do quadro deixando filtrar a luz entre as suas bordas.

Massas sobrepõem-se em redor de uma fenda, como um esquecimento no meio de lembranças obsessivas. Uma palavra não formulada.

ANNE LOUYOT “O céu não tem beiras”, 2010