A série de gravuras apresentada tem na sua estrutura a linha.

As incisões feitas no metal não se tratam de preencher o vazio, mas evidenciá-lo. Da marca e da sombra, surge a linha. Fluidez, o corte e risco. Uma escuridão buscada nas profundezas do negro, no fim de todo gesto, algo de luz.

Os valores de linhas que ora escapam solitárias, em intervalos, em espaçamentos, ora reúnem-se em planos de pigmento intenso. Força, peso, intensidade, profundidade: densidade poética.

Os planos criados ora por linhas ora por manchas denunciam um pequeno deslocamento, não estão centralizadas no papel pois estão livres para serem montadas nos cantos ou mais próximas do teto sugerindo que o olhar percorra um novo caminho.

Meu projeto então consiste em apresentar matrizes que se desdobram de acordo com espaço expositivo. Subdivididas em séries, estas gravuras são como fragmentos de uma obra maior.

CRIS ROCHA